Comemorou-se na ocasião os 10 anos da parceria público-privada para desenvolver novas cultivares forrageiras tropicais de oito gêneros forrageiros. Um aporte financeiro anual é alocado pela UNIPASTO e as atividades são realizadas por pesquisadores das diferentes unidades da Embrapa: Embrapa Cerrados, Gado de Leite, Gado de Corte, Pecuária Sudeste, Amazônia Oriental e Acre e ainda da CEPLAC e de várias universidades por meio de professores e pós-graduandos.

Os gêneros forrageiros em discussão foram Andropogon, Arachis, Brachiaria, Cajanus, Panicum, Paspalum, Pennisetum, e Stylosanthes. A UNIPASTO está constituída por 28 empresas produtoras de sementes (www.unipasto.com.br) que tem exclusividade na multiplicação das cultivares geradas pela Embrapa. Além de representarem a maior parcela de comercialização de sementes no mercado brasileiro (mercado legal de sementes em torno de R$1 bilhão/ano), várias dessas empresas são também exportadoras de sementes levando, portanto a tecnologia brasileira a toda América Latina e África.

Durante o evento foram apresentados resultados das pesquisas do último ano sobre esses oito gêneros e discutidas as atividades previstas para a liberação de novas cultivares que já estão na linha final de avaliação com representantes de todas as unidades da Embrapa e das empresas sementeiras.

A palestra de abertura foi dada pelo Dr. Eduardo Assad – pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária e versou sobre as mudanças climáticas e os serviços ambientais de pastagens. Muito bem enfatizado pelo palestrante foram os benefícios de pastagens bem manejadas e produtivas para a incorporação de carbono na estrutura do solo, mas maior ainda a vantagem se o sistema for agricultura-pecuária-floresta. Os retornos financeiros são vantajosos para o produtor e para o meio-ambiente com benefícios adicionais em termos de conforto animal e produtividade. Uma segunda palestra oferecida pela Dra. Lucimara Chiari visou apresentar as biotécnicas em uso e alguns resultados já obtidos nos programas de melhoramento dessas forrageiras a fim de sensibilizar as empresas em investir mais e com isso agilizar os programas. Já se podem utilizar marcadores para apomixia em alguns gêneros, reconhecer híbridos por marcadores, estimar taxas de cruzamento e especialmente identificar de forma inequívoca as cultivares protegidas liberadas no convênio. Uma terceira palestra foi apresentada pela Dra. Selemara Berckembrock Ferreira Garcia – BAA advogados, assessora jurídica da empresa COODETEC – discorrendo sobre propriedade intelectual e problemas de pirataria de cultivares (estima-se que cerca de 40% das sementes de forrageiras tropicais comercializadas esteja na ilegalidade). Considerando apenas a Cultivar de Brachiaria Piatã, que contribui com 5% no mercado de sementes de Brachiaria, as perdas por pirataria de sementes chegam a 30% (R$ 20 milhões/ano). A Embrapa liberou duas cultivares protegidas (BRS Piatã e BRS Mandarim) e inúmeras denúncias de uso indevido da marca, ou registro de campos de produção de sementes como de outra variedade, ausência de registro de campo, entre outras irregularidades têm sido feitas junto ao MAPA e Embrapa. A Dra. Selemara discutiu as providências que podem ser tomadas visando coibir esse tipo de pirataria.

Além da cultivar BRS Tupi de B. humidicola a ser apresentada e negociada na FEICORTE 2012 em junho São Paulo, algumas das cultivares quase prontas para liberação incluem um amendoim forrageiro (BRS Mandobi), um Paspalum, um estilosantes, dois Panicum, uma braquiária, e um capim elefante a ser plantado por sementes. A “colheita de frutos” dessa parceria começa a acontecer com expectativas de significativos benefícios á produção animal em pastagens no Brasil.

Fonte: http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=26612&secao=Colunas%20e%20Artigos

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